Middle
“Mellanie descia a colina rapidamente. O açoite estava preso ao pulso e
a espada estava firme na mão direita. Ela parecia irritada, com os olhos
estreitos e fixos no seu alvo. – PASSARINHO MALVADO! – Gritou, enquanto
simplesmente tentava atingir a harpia, sem muita habilidade, com a espada.”
Hm, okay, acho que comecei a historia pelo lado errado. Esse não é nem o
fim, pois tal coisa ainda é completamente desconhecida, mas tem algo que posso
lhe contar: é o começo. Vamos a ele...
Offspring
O começo da historia que hoje conto não aconteceu com o nascimento de
Mellanie, tão pouco no momento em que seu pai e sua mãe se conheceram. Essa é
uma historia muito mais antiga.
Numa época remota, uma filha de Melinoe chamada Fleur Thierry conheceu,
no acampamento, um charmoso filho de Thanatos chamado Scott Roux e foi assim
que nasceu, anos mais tarde, Louis Thierry Roux, o pai da nossa protagonista.
Louis era uma criança diferente das outras. Por ser filho de dois
semideuses, ele via algumas coisas que ninguém, além de seus pais, eram capazes
de entender. Embora essas coisas nunca tenham lhe feito mal de verdade, isso
foi fazendo com que Louis se tornasse uma criança estranha e solitária. Ninguém
acreditava no que ele dizia e as escolas que frequentava por vezes ligavam para
seus pais, pedindo que os mesmo fossem para lá para tirar Louis de dentro do
armário depois de um surto de pânico ao ver algum tipo de monstro mitológico
completamente incabível.
Aos poucos tudo isso foi afastando Louis do mundo, até que ele
simplesmente desistisse da faculdade. Com a morte de seus pais, o garoto se viu
sozinho no mundo, sem ninguém que pudesse ajuda-lo ou entende-lo. Chateado e
com uma herança bilionária, Louis construiu uma casa mais ou menos isolada de
tudo, no meio de uma trilha complicada de uma grande floresta e deixou seu lado
mais artístico florescer.
Passava horas pintando, escrevendo e compondo musicas. Agora, Louis era
um lindo jovem de olhos claros e cabelos macios e também muito mais isolado do
mundo. As coisas estranhas que era capaz de ver iam diminuindo, embora ele
ainda achasse que fantasmas existiam e tentavam falar com ele.
Unexpected
Era uma agradável noite de primavera. A lua brilhava, solitária, no céu
da meia noite e Louis estava inquieto na sua cama. Os barulhos que o vento
produzia contra as janelas eram simplesmente perturbadores. Assim, o homem
decidiu que continuar na cama era impossível e saiu para caminhar.
Lá fora, encontrou uma noite relativamente quente, com brisas suaves e
alguns poucos animais produzindo ruídos aos quais ele já estava habituado.
Começou a andar pela mesma trilha pela qual já havia passado centena de vezes;
parecia decidido a chegar a algum lugar, embora caminhasse sem rumo, apenas
tentando fazer com que o cansaço lhe ajudasse a dormir melhor.
De repente todos os barulhos da floresta pararam. Todos os animais
ficaram mudos e parecia que até as arvores, e mesmo os rios, se recusavam a
continuar produzindo qualquer tipo de ruído. Foi nesse momento que ELA surgiu
em toda sua gloria. Do meio das arvores, caminhando lentamente, apareceu uma
mulher bastante pálida, com cabelos loiros lhe caindo sobre os ombros em curvas
bonitas e fazendo contraste ao vestido negro que a mesma usava.
Aquela mulher era encantadora, parecia brilhar numa suave aura prateada.
Era como se a noite e a lua tivessem se unido para criar a criatura mais
perfeita que já pousou os pés, descalços, sobre a terra... Louis ficou
paralisado, simplesmente não sabia o que fazer. Ela era tão linda que parecia
irreal com a maioria das coisas que ele via, mas não, ela não era irreal,
apesar da beleza que possuía ser digna apenas das mais nobres deusas gregas.
Embora Louis estivesse com os cabelos bagunçados e com as típicas
feições de uma noite mal dormida, a mulher lhe achou doce e encantador. Assim,
se aproximou dele e lhe tocou a bochecha com carinho, deslizando o dedo
indicador pelo contorno de seu rosto até parar sobre seu queixo. – Olá. – Ela
sussurrou e naquele momento Louis jurou que mil anjos tinham cantado a mais
doce melodia... Demorou algum tempo até que ele achasse as palavras. – Você é
linda. – Sua voz era baixa e tímida. Obviamente ele não pensou no que disse,
estava ocupado demais sentindo o perfume suave, e absolutamente divino, que ela
tinha.
Imediatamente, a mulher soube que aquele não era um humano qualquer, mas
também sabia que não era um semideus. Ainda sim, tinha algo de muito especial
nos olhos dele que tanto pareciam com os seus e que lhe lembravam de alguém num
passado distante. – Eu sou Mell. – Algo atraia a mulher e mesmo antes de
partir, ela já pensava em voltar. – Louis. – O garoto sussurrou seu nome como
se fosse a única palavra que se lembrasse... Mell então sorriu e se inclinou
até dar um beijo suave na bochecha dele. – Até logo, Louis. – Murmurou, antes
de correr para dentro da densa floresta.
Louis ficou ali, parado, até que perdesse a mulher de vista e então
voltou, lentamente, para sua casa. Agora que estava mais calmo, ele conseguia
dormir e chegou a pensar, na manhã seguinte, que tudo aquilo não foi mais do
que um sonho. Ainda assim, não resistiu ao impulso que lhe tomou o coração
durante a noite e logo que o relógio bateu meia-noite, ele voltou ao lugar onde
tinha encontrado Mell. E ela estava lá novamente, parecia espera-lo satisfeita
e seus olhos tinham um brilho tão puro que causariam inveja na mais bela das
joias.
Assim foi, dia após dia. Um amor cultivado devagar, um amor delicado e
certamente complicado, que foi crescendo. De beijos na bochecha passaram para
mãos se tocando timidamente, a horas conversando sobre o mundo, a selinhos
suaves, beijos ardentes e longas noites de amor que resultaram numa gravidez.
Quando Mell apareceu, quase um ano depois de conhecer Louis, para
anunciar sua gravidez, o homem não acreditou. Era simplesmente bom demais para
ser verdade. A mulher que ele amava esperava um filho seu... Com a felicidade,
veio também a preocupação, afinal, se ela estava grávida não poderia ficar
simplesmente correndo por aí a noite toda, tão pouco encontra-la apenas no meio
da madrugada e vê-la partir antes do sol nascer. Louis pediu para que Mell
fosse morar com ele, mas ela negou, disse que tinha muito trabalho para fazer e
que jamais poderia deixar tudo àquilo para ‘viver o sonho perfeito’ ao lado de
Louis, não importasse o quanto lhe amasse.
Por um tempo, o homem esqueceu o assunto, mas quando viu a barriga da
amada começar a crescer, voltou a insistir naquilo e prometeu fazer qualquer
coisa que ela quisesse. Melinoe acabou por ser convencida, mas impôs algumas
condições. Primeiro, pediu que Louis construísse uma casa na parte mais tensa
da floresta. Segundo, pediu que não fosse atrás dela quando ela precisasse sair
e por ultimo, que aceitaria o destino da filha deles.
Louis, feliz como estava, aceitou tudo e providenciou para que as coisas
ficassem prontas o mais rápido possível. Em menos de um mês a casa estava
construída, cada coisa exatamente conforme a vontade de Mell, que finalmente
revelou seu nome verdadeiro ao amado.
Fragile
Melinoe encontrou em Louis uma pessoa extremamente dedicada e amorosa,
que fazia tudo que a deusa queria sem pestanejar e nunca questionava nenhuma
decisão dela. Cada dia ao seu lado estava sendo perfeito, ela amava o homem e
também amava, com todas as forças, a criança que trazia no ventre... Com o
passar dos meses, Mell se viu em uma situação complicada. Sua filha nasceria em
breve e Melinoe se encontrava no dilema entre colocar a vida da sua vida
inteiramente nas mãos de Louis ou ficar ao lado de sua nova família e colocar a
vida de sua filha em grande perigo.
Depois de medir cada opção Mell concluiu que nenhum dos filhos ou filhas
que ela deixou aos cuidados dos pais tiveram um futuro bom, ou fácil.
Lembrou-se, com grande pesar, de todos os filhos que perderá para monstros, e
lembrou, com um pesar maior ainda, todas as coisas importantes que perdeu
quando estava longe de seus filhos. Embora desejasse, bravamente, ser uma mãe
em tempo integral, ela sabia que isso era impossível. Por outro lado não
abandonaria sua filha por nada nesse mundo. Decidiu que passaria apenas uma
hora por noite com sua filha. Era tempo o suficiente para dar um pouco de amor
a ela, sem levantar suspeitas demais.
Only Exception
Era uma noite silenciosa quando Melinoe deu a luz. A criança veio ao
mundo na mais completa paz e não chegou a chorar, apenas a emitir um som suave
do protesto contra as mãos geladas de seu pai em contato com seu corpo pequeno
e quentinho.
Quando pegou a criança no colo pela primeira vez, Melinoe soube que
estava fazendo a coisa certa ao decidir não sumir da vida da menina. Sentia-se
profundamente conectada aquela criaturinha rosada que tinha nos braços e
decidiu chama-la de Mellanie.
Louis aceitou a decisão da amada, embora não sem relutar. Ele passava os
dias cuidando de Mellanie e só ia dormir depois que Melinoe aparecia para ver a
filha. Felizmente, Mellanie tinha o gênio suave do pai, era uma criança
maleável, curiosa e muito obediente.
Por alguns anos, não questionou o motivo de sua mãe só aparecer uma hora
por noite, mas conforme ia crescendo, isso começava a lhe parecer algo um tanto
incomum... Quando começou a ir pra escola, os primeiros problemas de realmente
apareceram. Mellanie, embora muito inteligente e com facilidade para artes num
geral, não conseguia ler muito bem e enquanto as outras crianças já estavam no
‘F’, ela permanecia tentando entender o ‘B’. Além disso, começou a estranhar o
fato de todas as crianças em sua volta terem a mãe por perto. Mães levavam e
buscavam na escola, e iam as peças de teatro e aos recitais de musica, e até
mesmo aos de poesias que Mellanie odiava; mas sua mãe não, sua mãe não estava
lá.
Embora não fosse uma menina difícil de conviver, Mellanie começou a
fazer perguntas e a desenvolver um tipo especial de antipatia por todo o
mistério que girava em torno de sua mãe. Ainda sim, ela não era do tipo
rebelde, que quebrava as coisas e jogava tudo pro alto, estava mais pra alguém
chateada por não ter a mãe perto, mesmo tendo o melhor pai do mundo.
Conforme os anos passavam, Mellanie se tornava uma linda adolescente.
Tinha lindos cabelos loiros e olhos que iam do mel ao verde. Mas era estranha,
como o pai. Era quieta, tímida e muitas vezes, excluída. Embora as pessoas que
lhe conhecessem fossem capazes de lhe achar a melhor pessoa do mundo, era
preciso muita paciência e talvez até certa dose de loucura para entender o
universo próprio dentro do qual Mellanie agia com graciosidade.
Beginning
A lua estava cheia, o único ponto de luz num céu completamente negro. As
lamparinas estavam acessas na casa, Mellanie estava no sofá, as pernas cruzadas
como índio, o corpo inclinado sobre o caderno grande, o lápis deslizando
rapidamente sobre a folha em branco. No cômodo ao lado Louis arrumava,
metodicamente, todas as coisas da filha e as colocava com cuidado nas malas que
havia separado para tal coisa. Sobre a mesa da cozinha havia um simples bolo de
chocolate, com morangos decorando-o e uma vela de quinze anos intacta.
Quando o som suave de uma batida na morta se fez presente, Mellanie
levantou num pulo rápido, enfiando os pés de qualquer jeito dentro do all star.
Caminhou até a porta e abriu a mesma, sorrindo ao encontrar a figura de sua
mãe. – Oi. – Sussurrou. No mesmo momento, Melinoe praticamente se jogou contra
a filha, envolvendo os braços no corpo da menina com urgência. – Feliz
aniversario, minha pequena. – Melinoe se afastou do corpo da menina devagar,
esticando-lhe a caixa lilás que trazia nas mãos. Mellanie pegou a caixa
enquanto se afastava para sua mãe poder entrar. – Obrigada. – Murmurou,
fechando a porta.
Louis saiu do quarto, puxando as duas grandes malas para a sala. – Oi,
amor. – Sussurrou o homem, apaixonado como sempre, enquanto roubava um selinho
rápido de sua amada, que parecia permanecer longe como no dia em que se
conheceram. Melinoe nunca foi capaz de entender como Louis continuava lhe
amando, mas a verdade era que ela também ainda amava ele e não recusou o beijo.
– Está tudo pronto? – Perguntou, enquanto observava Mellanie caminhando para a
cozinha. Louis apenas afirmou com a cabeça e os dois foram para junto da
menina.
Sentaram-se, os três, em volta da pequena mesa e acenderam a vela.
Quando Mellanie apagou a vela, desejou que sua mãe fosse mais presente em sua
vida... Por um momento, o silencio permaneceu no cômodo, conformando um
incomodo palpável em todos ali. – Por que não abre o presente enquanto seu pai
corta o bolo, pequena? – Melinoe tentou quebrar o assunto, realmente ansiosa
pela reação da filha que por sua vez apenas afirmou com a cabeça.
Enquanto Louis cortava o bolo, Mellanie puxou a caixa de presente para
junto de si e abriu a mesma, franzindo o nariz para o que encontrou dentro
dela. Era um pequeno anel prateado com um “G”, e algo muito parecido com uma
tatuagem de hena. Mell levantou os olhos para sua mãe, franzindo o nariz, sem
querer parecer rude. Melinoe deu um riso suave e se aproximou de sua filha. – É
um presente mágico, diferente dos outros. – Murmurou apenas para ver os olhos
da filha brilhando de animação. Melinoe ‘colocou’ a tatuagem em forma de
serpente nas costas da mão esquerda da menina, deixando que ela envolvesse
parte de seu pulso. Em seguida, encaixou o anel no dedo indicador da mão
direita e ficou, por um momento, absorvendo tudo aquilo.
Mellanie parecia intrigada com os presentes, aos olhos dela, não tinha
nada de mágico. – O que eles fazem de mágico,
afinal? – Sussurrou, aproximando a mão do rosto para alisar a tatuagem que
parecia muito real. Melinoe negou com a cabeça, bem humorada como só ela sabia
ser. – Lá fora eu te mostro, agora coma seu bolo que teremos que ir logo. –
Mesmo que estivesse curiosa, Mellanie decidiu não questionar e comeu, com
bastante satisfação, o bolo delicioso que seu pai havia feito.
Depois de comer, os três saíram da casa, caminhavam lentamente pela
floresta, se afastando passo após passo. Estavam a uns cinco metros de
distancia da casa quando algo estranho surgiu. Não era exatamente um zumbi, nem
um esqueleto, mas algo entre os dois, que em baixo da pouca luz da lua parecia
simplesmente uma coisa. Mellanie parou de caminhar, franzindo o nariz quando
viu surgir uma espada na mão direita e um chicote na esquerda. A menina se
virou na direção que sua mãe, que estava um pouco mais atrás, visivelmente
confusa com o aparecimento das armas. – Mellanie, cuidado. – Quando se virou
novamente, a menina encontrou a face do monstro a poucos centímetros da sua e
não teve tempo para pensar, simplesmente se jogou para o lado, desviando do
bicho e passou a correr para perto de seus pais.
Quando Mellanie finalmente conseguiu chegar perto de seus pais, os três
estavam cercados daquelas coisas. Melinoe parecia muito irritada com tudo
aquilo. – Como ousam??! – Gritou a deusa, muito indignada com aquela situação. A
verdade é que não importava o quanto ela ficasse brava, ela não tinha real
poder sobre aquelas coisas. Era deusa dos fantasmas, não dos ‘meio zumbis –
meio esqueletos’. – Fechem os olhos. – Melinoe murmurou. Mellanie e Louis se
abraçaram, com os olhos fechados e a deusa, severamente irritada, cuidou dos
monstros. Mellanie não entendia o que sua mãe tinha feito, apenas sentiu um
calor agradável e uma luz que lhe invadia mesmo com os olhos apertados.
A floresta voltou ao silencio habitual. – Está tudo bem. – Sussurrou, e
um segundo depois que Mellanie abriu os olhos, um som estridente encheu a
floresta. Pouco tempo depois um taxi de aparência, no mínimo, suspeita,
apareceu no meio da floresta. – Mãe, o que está acontecendo? – Mellanie estava
entre o desespero e a confusão completa e embora o tom da sua voz revelasse
isso, seu rosto permanecia sereno.
Melinoe abriu rapidamente a porta traseira do carro e colocou as malas
da filha ali, então lhe abraçou com carinho e deixou que Louis se aproximasse
para fazer o mesmo. – Essas senhoras vão te levar até o acampamento. Eu iria te
explicar no caminho, mas não deu tempo. Tem uma carta no bolso da mala, leia no
trajeto. O carro balança bastante, mas é seguro. Nós vamos ficar bem, pequena,
agora vá, por favor. – Melinoe tentou falar devagar, mas estava preocupada.
Mellanie, boa menina como sempre, se enfiou dentro do carro enquanto sua mãe
conversava, num tom muito sério, com as motoristas. Logo que a deusa se
afastou, o taxi partiu em alta velocidade, fazendo com que a semideusa
apertasse as mãos sobre o banco.
Embora achasse estranha toda a discussão das três mulheres no banco da
frente, Mellanie usou toda sua educação e concentração para ignorar as mesmas.
Passou toda a viagem, que nem foi tão longa, lendo e relendo a carta, tentando
juntar os pontos. Escrito em grego antigo, as letras pareciam flutuar e se
arrumar na sua frente para formar uma mensagem explicando o que era um semideus
e contando quem Melinoe realmente era.
Quando o carro parou, em frente a grande colina, Mellanie já sabia o que
fazer, sabia onde estava graças a carta. A menina tirou as malas do taxi e
agradeceu. Diante da subida a sua frente, parecia desanimada. Não havia nada
ali, ninguém para lhe ajudar com as duas enormes malas. Decidiu, então, subir
uma de cada vez.
Middle
A loira subiu a colina em passos lentos, arrastando a mala com bastante
esforço. Quando chegou ao topo, se permitiu cair sentada ao lado da mala,
olhando para baixo, onde outra mala igualmente pesada lhe esperava. Suspirou e
mordeu o lábio inferior, olhando o grande pinheiro e a entrada do acampamento.
Queria poder largar a outra mala ali e ter ela depois dentro de seu quarto, mas
saberia que não iria conseguir isso e por tal motivo se levantou, desanimada.
Seus passos eram lentos, estava no começo da descida, tomando cuidado
com cada passo. – É, eu sei, Stacey. As pessoas são mesmo estranhas. –
Sussurrou para o vento, conversando sozinha como geralmente fazia. Quando
estava mais ou menos no meio da descida viu algo surgir próximo de sua mala,
algo muito parecido com um pássaro gigante mutante. – NA MINHA MALA NÃO!! –
Gritou, irritada, fazendo com que o monstro virasse a cabeça na direção da
semideusa.
Mellanie descia a colina rapidamente. O açoite estava preso ao pulso e a
espada estava firme na mão direita. Ela parecia irritada, com os olhos
estreitos e fixos no seu alvo. – PASSARINHO MALVADO! – Gritou, enquanto
simplesmente tentava atingir a harpia, sem muita habilidade, com a espada.