29 de outubro de 2013

Doll



Eu passei meu tempo na torre de artilharia do castelo, em meu estado previamente inacabado. As memórias dos pecados que cometi já se desvaneceram. Andando perdida pela floresta, virando aqui e ali, eu finalmente fui arrastada pelo meu cabelo dourada e presa em uma prisão de pedra. Todo dia esse sonho vem a mim. Então este sonho deve ser real. Eu nasci em uma fornalha, eu fui feita a partir do ferro. Não possuo uma alma, e eu não compreendo essas coisas a quem chamam de amigos. As pessoas a quem chamo de pai, de mãe - eu também não os compreendo. Mas há uma única coisa.Quando eu sou cortada, e vejo o sangue vermelho fluir, eu posso voltar a ser humana.
Eu não tenho emoções. Elas não são importantes para mim, então um dia eu as queimei. Eu escolherei um mestre e me tornarei sua serva, me ajoelharei diante dele, ser abusada e chicoteada, desprezada; É assim que quero viver.
Essas são as coisas importantes para nós. Olhos da cor de ametistas com sombras formadas por longos cílios escuros.Lábios perfeitamente vermelhos. Bloomers para proteger nossa castidade.Para corrigir nossos corpos, um corset. Como um vaso de rosas, vestidos com camadas e camadas de babados. Curativos para ferimentos mais profundos. Livros, de onde essas ilusões vieram. Sadismo... Uma pequena e meiga boneca desumana. Uma vela e um castiçal. Eles apontam dedos para nós e riem, com muitos outros aquele que me amam apenas um pouco. As bonecas de juntas duras com que brincar. Ursos de pelúcia com o estofado vazando e a única coisa com a qual ver através da realidade, um espelho.
Algum dia talvez até mesmo nós nos apaixonemos. E nesse momento, talvez nós nos tornemos humanas. Mas até lá, nós devemos revelar este mundo cheio de falhas. Mas estas garotas sonhadoras, até conhecerem o dia em que devem crescer são um pouco como aquelas de um livro ilustrado...

"Texto Original: Novala Takemoto.
Tradução para o inglês: Faith
Tradução para o português: Carolina/Valentine."

28 de outubro de 2013

Hoje ele me amou. Não como na ultima vez, agora era diferente, de alguma forma era melhor. Não, eu nunca acreditei que pudesse realmente se tornar algo melhor, mas eu estava enganada, como na maioria das vezes. Dessa vez ele me queria ao seu lado, apertava meu corpo contra o seu e sorria. Dessa vez, os toques dele era urgentes, carinhosos, delicados. Dessa vez ele me olhava, consciente de quem eu era, do que eu sentia e do que estávamos fazendo. Na outra vezes ele se afastou, dizendo que talvez fosse melhor eu ir embora, dessa vez ele me abraçou, apertou nosso corpos juntos e ficamos algum tempo ali, deitados. Do angulo em que eu estava, entre os diversos carinhos suaves, eu podia ver seus olhos e eles pareciam estranhamente azuis, embora eu soubesse que não eram assim. Ainda sim, pareciam azuis e profundos, misteriosos e com um tipo diferente de sensação tranquilizante, com uma segurança nova. Dessa vez, eu estava segurava, por de fato, ele estava me amando. Eu relutei em abandona-lo, não queria voltar e agradeci o tempo em que simplesmente estivemos juntos, brincando. Pela primeira vez em minha existência não tive vergonha do que sou, era como se ele não se importasse com minhas formas exageradas. Por muitos momentos eu apenas me prendi em sua respiração lenta, no coração descompassado, no olhar distante e o sorriso tranquilo. Dessa vez parecia que o mundo se resumia a nós dois, ao nosso amor, mas dessa vez ele também era capaz de sentir isso. Não tive coragem, novamente, de dizer o quanto o amo, o quanto ele é importante para mim, mas pensei nisso muitas e muitas vezes enquanto estamos juntos. Quem sabe da próxima vez..