4 de setembro de 2012


Um, dois, três, quatro.. Novamente o ponteiro do relógio se move, tão lentamente quanto antes. Quando foi mesmo que o tempo resolveu não passar? O silencio profundo incomodava a garota, já se passavam das quatro da manhã e ela ainda não tinha conseguido dormir, seu cérebro lutava contra o cansaço e estava ganhando... Suas mãos gélidas deslizaram pelo corpo magro, era possível sentir cada pedaço de suas costelas e ela já não se lembrava da ultima vez que havia comido, tão pouco da ultima vez que sentiu fome... Estava confusa, perdida e completamente solitária! Ao fechar os olhos novamente, na tentativa desesperada de dormir para esquecer, a cena voltou a sua cabeça. Em sua mente o céu brilhava, azul e límpido, no fundo vozes infantis e alegres ecoavam, pessoas sorrindo, gente sendo... Feliz. E num canto mais afastado, sob a sombra de uma cerejeira carregada de flores estava uma garota ruiva, abraçada a um garoto cujo o resto se esforçara para esquecer, ainda que fosse impossível. A lembrança de um momento feliz lhe fazia chorar de triste, as lágrimas rasgavam sua alma de forma dolorosa, mais dolorosa que a própria morte e a pequena preferia ser devorada por bilhões de zumbis e outros tipos de monstros a ter que sentir aquilo novamente, mas sabia que não iria se livrar da dor tão facilmente. Não importava quanto tempo passasse sorrindo, fingindo, quando ela fechasse os olhos ele estaria lá novamente, seu fantasma docemente particular. 




3 de setembro de 2012

O quanto algo pode ser fútil sem te tonar uma má pessoa? Futilidade não é, necessariamente, sobre bens matérias  talvez seja apenas o fato de não se importar com mais nada além de si mesmo e achar que todo mundo tem que estar lá para você, 24 horas por dia. Na verdade a vida não é assim, o mundo, as pessoas.. Todos sempre tem algo mais importante para fazer e isso não te dá o direito de ficar chateado com essa pessoa. Mãe, pai, irmãos, namorado. Ninguém vai estar ali 100% do tempo... Seus pais preciso trabalhar, seus irmãos tem coisas a fazer e seu namorado tem a própria família, vida e problemas. Você está só! De uma forma ou de outra, você estará sozinho. Quando se deitar na escuridão, cobrir o corpo, abraçar as pernas e fechar os olhos vai notar que não tem ninguém ali. Não importa com quantas pessoas falou, quantos amigos abraçou, no fim de tudo é só você por si mesmo. Você e sua dor, suas memorias, seus medos e ninguém para segurar sua mão, ninguém para dizer que vai ficar tudo bem, ninguém para secar suas lágrimas. No fim de tudo é só você e sua vida solitária e inutilmente vazia... 



As vezes as coisas mudam rápido demais para que a gente consiga entender os motivos e outras vezes elas tem motivos que não precisamos entender, porque somos crianças... Pequenas e doces crianças bringando de ser adultos, fingindo entender de familiar, negocios e amor. Encenando traições, sofrimento, enormes guerras e o fim de nós mesmo; fazendo crimes, usando as outras pessoas como bonecos de pano, escolhendo suas roupas e dizendo o que fazer, mas... Quando as luzes se apagam voltamos a sermos pequenas, doces e inocentes crianças com esperança de um mundo melhor ao abrir os olhos. Crianças escondendo o resto sob a coberta pelo meno do monstro chamado morte; crianças curiosas sobre o que vai acontecer com o lobo mau, se o caçador vai salvar o mundo..