29 de junho de 2014

Alice

E na calada da noite, ela nasceu.
Era um dia gostoso, tipico de primavera, onde o sol brilhava e uma brisa suave fazia as folhas dançarem lentamente. E no meio desse lindo dia, a mulher agonizava, com dores que lhe tiravam o juízo. Todos sabiam que a menina nasceria daquele dia e estavam ansiosos. Mas a manhã virou tarde e a tarde virou noite. E o clima gostoso foi mudando até que uma forte chuva despencou de um céu escuro e junto a um estrondoso trovão, Alice veio ao mundo, chorando a plenos pulmões, mostrando para todos em sua volta como é forte.
Alice, de bochechas rosadas e cabelos negros. Tão fria quanto a chuva que caia em seus nascimento. Alice, movida por sentimentos pouco nobres. Vingativa, destrutiva, psicótica, doce, amável, simpática... Assassina!
Alice, que nasceu no meio da desgraça e não teme nada. Alice que, desde pequena, se sentiu acolhida pela escuridão. Alice que pode ser uma fada, uma boneca, uma sucubbus ou qualquer outra coisa que ela desejar. Alice que trará a destruição a qualquer coisa que estiver em seu caminho. Alice, que não tem remorso.
Alice que une os melhores e piores traços das personalidades de seus pais. Alice que gosta de fogo e água, que sorri enquanto mente, que diz que te ama enquanto se banha em seu sangue. Alice, que foi profetizada por todos os poderosos. Alice que é confiante em cada passo, que não tem medo de cair e que sabe que aquilo que não lhe mata, lhe causa muita dor e lhe faz mais forte.
Alice, que nunca chorou e nunca se importou em estar sozinha. Alice, que encontra felicidade na tristeza, companhia na solidão, luz na escuridão. Alice, que tem cheiro de rosas vermelhas, que tem os lábios vermelhos, cujo a cor preferida é vermelho... Vermelho-sangue.
Alice, que veio ao mundo pelo desejo proibido, que veio ao mundo pela união profana de duas almas destinadas a um amor complicado demais. Alice, que é todas e nenhuma.

Alice que é a boneca perfeita.